quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A viragem de Crowe em 72 Horas...

Este filme teve, entre vários aspetos positivos, um que destaco: conseguiu inverter a minha opinião a respeito de Russell Crowe de quem gostei em Gladiador mas que nunca mais me tinha concencido.
Desde então sempre o considerei um canastrão abrutalhado e buçal sem grandes qualidades representativas.
E porque se deu esta viragem? Simplesmente porque Crowe optou por um registo low profile e subtil e com o qual saíu nitidamente a ganhar - arrisco mesmo em afirmar que este tem no filme de Haggis a melhor performance da respetiva carreira e uma das melhores do ano, plena de contenção, subtileza e ambiguidade.
Consegue pois incutir ao seu personagem a normalidade das pessoas comuns absorvidas por circunstâncias excecionais adotando uma vertente bidimensional que tão raras vezes vemos - o que é notável!

Quanto ao filme, Haggis levanta a questão até onde estariamos dispostos a ir por alguém, quando todas as instãncias legais "falham" e até que ponto a nossa crença em alguém necessita de factos que comprovem a sua inocência/culpa...
E fá-lo bem, não obstante algumas resoluções menos plausíveis ou tendencialmente questionáveis.
Mas, no fundo, e no plano da ficção - domínio onde se insere - "72 Horas" vê-se bastante bem e é um filme consistente.
E o simples facto de não ter olhado para o relógio durante a sua duração (2H) é desde logo sintomático de bom entretenimento.
Gostei.

"72 Horas" (The Next Three Days)
IMDB Users: 7.3/10 (5,771 votes) 60 reviews | Critics: 134 reviews  
Metascore: 52/100 (based on 35 reviews from Metacritic.com)

Sem comentários: