terça-feira, 31 de maio de 2011

O Universo de Terrence Malick...

...é um universo em que o físico toca o metafísico, em que a natureza é protagonista, em que se crítica o sentido da humanidade e em que, acima de tudo, se retrata o crescimento e formação individual da personalidade que questiona a origem do mundo, do bem, do mal...enfim, que questiona o proprio sentido da Vida...; é pois, um universo onde o ato de questionar impera e vale mais do que propriamente as respostas que se vão encontrando.  

Tendo isto como ponto de partida, então e o que dizer do último filme do realizador - A Árvore da Vida - recentemente premiado em Cannes?

Começando pelo que mais gostei: 
1. a realização e os planos são de uma beleza desarmante, não se resumindo as imagens a uma coleção de wallpapers deslumbrantes, tudo fazendo parte de uma sinfonia estética orquestrada com mestria e génio por Malick e onde o fisico e o metafísico interagem e se completam de forma umbilical;
2. a interpretação de Hunter McCracken [o jovem Sean Penn] é notável e encerra em si a tortura típica da complexidade de questões que suscita;
3. toda a componente humana do filme e das relações - maxime as estabelecidas entre os irmãos e entre estes e a mãe [outra grande performance, desta vez a cabo de Jessica Chastain] - é retratada na perfeição e é, novamente, de uma beleza inexcedível [como a cena em que os irmãos tocam mãos, separadas por uma janela...]

Quanto ao que menos gostei:
1. Brad Pitt, cuja performance unidimensional está muito longe da qualidade e profundidade que se exigia ao personagem;
2. a cena dos Dinossauros, a meu ver totalmente dispensável, não obstante entender até certo ponto a opção do realizador;
2. a cena final [e mais não digo...]

Então em que ficamos?
A Árvore da Vida é, inquestionavelmente, um filme de rara beleza, que fica conosco para além do seu visionamento e cujas imagens e cenas pretendemos guardar na nossa memória. Pode não ser uma obra prima [pelas razões que acima invoco] mas é seguramente dos melhores do ano, sendo de louvar e salutar que ainda existam cineastas  - e não realizadores - arrojados e que arriscam nos tempos que correm e, a esse nível, hands down to Malick!

The Tree of Life / A Árvore da Vida   
IMDB Users: 7.9/10 (2,235 votes) 31 reviews | Critics: 57 reviews  
Metascore: 89/100 (based on 15 reviews from Metacritic.com)

domingo, 29 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O tropeção de Lady Gaga

Contrariamente ao último álbum de Britney Spears - e sobre a qual falei aqui - o que desaponta no segundo e novo álbum de Lady Gaga é, exatamente, a sua produção medíocre - muito longe do que se esperaria da cantora com mais sucesso da atualidade. 

Com uma sonoridade definitivamente de segunda categoria - e à qual falta polimento, atendendo ao género de Dance Music em que se insere - Born This Way está a léguas de The Fame e do respetivo EP e de onde não destoa nenhum "Bad Romance", "Telephone" ou "Paparazzi", apenas para citar alguns bons exemplos que integravam aqueles.

Aqui, todas as músicas aparentam ser iguais e, quando pensamos estar na Faixa 3 já estamos na Faixa 10...o que não é, desde logo, bom sinal.

E o mais ingrato para mim é, desde logo, o reconhecer boa voz à cantora em questão [como pude confirmar no concerto que esta deu no pavilhão Atlantico] e esta [boa voz] não sobressair minimamente no álbum...

Quem sabe com outro produtor e outras musicas se safe...pois com este Born This Way não me convenceu minimamente - muito pelo contrário - tudo me soando a uma compilação de más músicas do Festival da Eurovisão.

Lady Gaga / Born This Way

A instrumentalização da artista

Vou começar pelo fim: por muito que me custe - por não lhe reconhecer nenhum talento especial - Femme Fatale de Britney Spears é dos melhores exemplos da pop atual [da qual não gosto de sobremaneira e sobre a qual já falei aqui].

Porquê? Porque não obstante a débil voz de Ms Spears, o álbum tem uma produção de topo e plenamente irrepreensível e, neste contexto de instrumentalização da voz e da "artista" à mercê dos produtores, Spears continua a rodear-se dos melhores - resultando Femme Fatale num álbum acima de tudo divertido e coerente e de onde destaco I Wanna Go e Till the world Ends.
Britney Spears / Femme Fatale
Metacritic - 67/100

A promessa de Monsters - Zona Interdita

Reconheço que, atendendo à ovação da crítica internacional - maxime as 5 estrelas atribuidas pela revista Empire - as expetativas eram altas; logo, ingrato para qualquer filme dada a mais fácil desilusão...

E então? Cumpriu ou desiludiu?
Posso afirmar que, neste caso, cumpriu e desiludiu ou, dito de outro, cumpriu na criação de ambiente mas desiludiu no que à sua execução respeita, nunca chegando a empolgar ou entusiasmar como sucedeu no ano passado com District 9 - um dos melhores do ano para o OC.

Não obstante, é de louvar o resultado obtido atendendo aos escassos meios com que foi produzido sendo Gareth Edwards definitivamente um realizador a seguir.

Monsters / Zona Interdita
IMDB Users: 6.5/10 (20,264 votes) 249 reviews | Critics: 259 reviews
Metascore: 63/100 (based on 26 reviews from Metacritic.com)

Imagens do Dia: Monroe por Bert Stern (1962)




A originalidade de Cliente de Risco

Não, nada disso...Cliente de Risco é tudo menos original - muito pelo contrário.

O enredo é mais do que visto e quer a realização, quer as interpretações são totalmente indiferentes [destacando-se no entanto McConaughey - pela negativa entenda-se - muito, mas muito longe da promessa deixada com "Tempo de Matar"].

Em suma, se quiserem ver um filme baseado num caso jurídico e onde o advogado e o respetivo cliente funcionam como gato e rato, optem, sem hesitar por A Raiz do Medo, superior a todos os níveis.

Este entretem, mas esquecemo-nos dele no segundo imediatamente a seguir ao genérico final.

The Lincoln Lawyer / Cliente de Risco
IMDB Users: 7.5/10 (9,056 votes) 82 reviews | Critics: 166 reviews  
Metascore: 63/100 (based on 31 reviews from Metacritic.com)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Great Live Acts V: Beyonce - Billboard Awards 2011

aqui escrevi sobre o espantoso novo video de Beyonce; agora chegou o  impressionante Live Act, completamente à altura e pleno de inovação e sincronia - pena que a musica não esteja à altura nem de um, nem de outro...

Deixo-vos com a nova Rainha dos Palcos: Beyonce.

Sem Limites

Tendo como ponto de partida a existência de uma droga que nos permite usar 100% do nosso cérebro e com o uso da qual o seu protagonista adquire "poderes especiais", Sem Limites é um filme consistente e com um ritmo trepidante e que, acima de tudo, funciona como ótimo entretenimento.
 
Sem pretensões à Terrence Malick, mas bem realizado e interpretado, Limitless preenche portanto  e plenamente, os objetivos dos seus espetadores, desde que estes saibam exatamente ao que vão.

Eu gostei! [não obstante a piada sobre os portugueses...]

Limitless / Sem Limites

IMDB Users: 7.3/10 (22,145 votes) 145 reviews critics: 223 reviews 
Metascore: 59/100 (based on 37 reviews from Metacritic.com)
 

domingo, 22 de maio de 2011

"Tree of Life" vence Palma d´Ouro em Cannes

O último filme de Malick com Brad Pitt e Sean Penn- e que tanto tem dividido os críticos - sagrou-se o grande vencedor da última edição de Cannes.

Eis a lista completa de vencedores:

Palme d’Or: The Tree of Life (Terrence Malick) 
Grand Prix (empate): Le Gaumin au Velo (Dardennes brothers); Once Upon a Time in Anataolia (Nuri Bilge Ceylan)
Best Director: Nicholas Winding Refn (Drive) 
Best Actor: Jean Dujardin (The Artist) 
Best Actress: Kirsten Dunst (Melancholia) 
Prix du Jury: Polisse (Maïwenn) 
Prix du scènario / Best Screenplay: Hearat Shulayim (Joseph Cedar) 
Camera d’Or (Best First Film): Las Acacias (Pablo Giorgelli) 
Un Certain Regard : Prix Spécial du Jury / Special Jury Prize : Elena (Andrey Zvyagintsev)
Best Short Film: Cross Country

Box-Office USA - Piratas das Caraibas 4 atinge 90M

Bastante menos que os seus predecessores e do que previam os experts; não obstante um excelente valor de partida.
Eis o Top completo, divulgado hoje:
1 Piratas das Caraíbas por Estranhas Marés (2011) $90.1M $90.1M
2 A Melhor Despedida de Solteira (2011) $21.1M $57.5M
3 Thor (2011) $15.5M $145M
4 Velocidade Furiosa 5 (2011) $10.6M $186M
5 Rio (2011) $4.65M $132M
6 Padre (2011) $4.6M $23.7M
7 Jumping the Broom (2011) $3.7M $31.3M
8 Empresta-me o teu Namorado (2011) $3.42M $31.4M
9 Água aos Elefantes (2011) $2.15M $52.4M
10 Madea's Big Happy Family (2011) $990K $51.8M

sábado, 21 de maio de 2011

A POP e as suas meninas

Reconheço que não aprecio o rumo que a Pop atualmente assume, tudo me parecendo musicas vindas diretamente de uma feira popular qualquer dos anos 90.
Simplesmente julgo salutar e inteligente para os amantes de uma arte - como é o caso em questão - e para que a sua visão seja global e atual - que estes se mantenham a par do que se faz e do que vende - afinal o reflexo do que a maioria gosta.

Foi, portanto e com este raciocinio que ingressei nos últimos lançamentos das campeãs de vendas Britney Spears, Rihanna, Jennifer Lopez, Ke$ha e Lady Gaga - respetivamente nos álbuns Femme Fatale, Loud, Love e Animal e nos 4 singles já lançados de Born this Way .

E qual a conclusão?
Que a música Pop não é definitivamente aquela que me faz comprar um disco mas que, dentro desta e como em tudo, há uns melhores e outros piores.

Eis algumas conclusões tiradas dos cinco exemplos indicados:

1. Que a melhor é Rihanna por [ainda] tentar remar relativamente contra a maré tsunamica dos carrinhos de choque [e, mesmo neste caso, com sucesso como sucedeu com Only Girl in the world] e me deixar a impressão - talvez errada? - de que é "diferente" das outras por fazer a música que gosta e não apenas aquela que julga que irá vender;


2. Que Ms Spears continua com voz de Pato Donald e não canta nada mas que continua a rodear-se de produtores de topo, resultando "Femme Fatale" num dos melhores álbuns dentro do género, bem produzido e, acima de tudo, divertido e onde destaco " I Wanna Go" e "Till the World Ends";

3. Que Ke$ha e Lopez me são completamente indiferentes - tal como os repetivos álbuns - e nelas não vejo nada de especial a assinalar para além da beleza estonteante da segunda;

4. Que os quatro singles que já ouvi do novo e segundo álbum de Lady Gaga estão muitos furos abaixo dos seus anteriores fazendo antever o pior no que a qualidade respeita, sendo duas palavras suficientes para os descrever: puro lixo.

E a maior conclusão de todas?
Valha-nos todos os outros géneros pois a Pop já teve definitivamente melhores dias!

Nota: Adele não foi incluida neste lote pela sua inquestionável demarcação das demais. 

E o prémio de Pior filme do ano vai para...

Ou algo se passa com os espetadores e crítica em geral ou...reconheço, será certamente de mim.

Passo a explicar: se o Metacritic dá 67/100 e os cibernautas do IMDB [não, não foram 1000 ou mesmo 10000 mas sim mais de 28000...] lhe conferem uma média de 7.7/10 [sim, leram bem] o que esperar de Velocidade Furiosa 5
Que seja um bom filme certo?
Resposta: ERRADO!

É que o filme é tão mau que nem sei bem por onde começar...ok, não falarei do argumento pois não é esta vertente que gera potencialmente mais expetativas num filme deste genéro mas...todo o resto é tão mau [reafirmo] que apenas enunciarei 2 aspetos:

1. as cenas de ação - e que seriam à partida o seu ponto mais forte - são tudo menos espetaculares e totalmente vistas e;

2. as interpretações de todo o elenco são primárias e limitadas, com especial destaque para todos os atores que tentaram encarnar brasileiros - o sotaque é do mais cómico que o filme tem de tão mau que é e, vale-nos isso, ainda me proporcionou alguns momentos de puro riso [penso, no entanto, que esse não era o objetivo...];

Enfim, poderia escrever mais sobre o filme mas já perdi - literalmente - mais de 2 horas a vê-lo.
Uma coisa é certa: VF5 é desde já candidato a pior filme do ano - para ser simpático!

Velocidade Furiosa 5 / Fast Five
IMDB Users: 7.7/10 (28,210 votes) 188 reviews | Critics: 165 reviews  
Metascore: 67/100 (based on 29 reviews from Metacritic.com)

Great Videos XIX: Beyoncé - Run The World (Girls)

É inquestionável que a música não está ao nível do video mas este é definitivamente muito bom e tem das melhores coreografias e line dancing da atualidade.
Deixo-vos com Beyonce, agora com menos 10 kilos e cada vez mais parecida com Shakira...