Longe da genialidade mas também da mediocridade, "Hedda" é uma peça que se vê bastante bem e que entretem durante 1H50.
Totalmente dependente do talento de Maria Joao Luis a obra de Ibsen foi desta vez adaptada temporalmente a uma época que não a original [1890] e, talvez também por isso, tenha perdido parte do seu leit motiv e complexidade;
porque, essencialmente, nunca chega a focar o distanciamento de um personagem [Hedda Gabler] face a época e costumes em que se situa - e que acaba por ser limitativo e castrador de todo o texto que a compõe, resultando apenas num estudo de personalidade intemporal mas já visto e ouvido inumeras vezes.
Aqui, a falha notória é certa e inequivocamente da opção do encenador que deveria ter respeitado mais o texto e enquadramento original.
Não obstante, é sempre bom de ver e presenciar um actor a fazer o que dele se espera: representar com paixão.
E MJL fê-lo bastante bem, com uma representação marcante e cuja presença em palco é totalmente cativante.
Caso para dizer que, em "Hedda", há MJL e os outros.
Nota Positiva: Maria Joao Luis e Lia Gama; algumas cenas entre MJL e Marco Delgado
Nota Negativa: António Pedro Cerdeira, Cândido Ferreira e Rita Brutt - todos com fracas representações; a encenação de Jorge Silva Melo que deixa muito a desejar...
Hedda no Teatro São Luis - 13/20
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