O candidato do Canadá ao Óscar de melhor filme estrangeiro [e que acabou por fazer parte do "quinteto fantástico final"] é um duro filme sobre a descoberta da escuridão, sobre o desvendar de segredos que ensombram o passado de uma das suas personagens - a mãe - que, em testamanento e como última vontade, apenas pede aos seus dois filhos [supostamente únicos herdeiros] que entreguem duas cartas: uma ao seu marido [e pai das crianças, que estas julgavam morto] e outra ao seu outro filho [e irmão até então desconhecido pelos outros dois].
É pois um filme que, à medida que vai levantando o véu do passado, nos faz prever o pior...mas nunca ao nível que realmente atinge, penso;
É um filme sobre a violência religiosa opressiva no médio oriente e todas as formas que esta reveste e que levanta a questão da "sucessão" religiosa independentemente da vontade própria...
Nele grande parte dos personagens são de valores e ética morais inexistente e o habitat é de crueldade e despezismo pela vida humana;
Nele o universo é triste e duro mas, e não obstante, alguns dos seus personagens persistem em ver a luz na escuridão...
Artisticamente é bem realizado e o elenco está bastante bem em termos gerais; tecnicamente apresenta uma excelente fotografia e paisagens "pesadas e apocaliticas" de postal.
Se adorei? Não. Talvez tivesse preferido que a sucessão de desgraças não fosse tão excessiva e estas não fossem tão "à tragédia grega" mas, não obstante, é um bom filme e cuja visão recomendo.
Incendies / A Mulher que Canta
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