Bem sei que ando preguiçoso e que os posts têm sido parcos; resolvi, portanto, colmatar essa ausência quando nos encontramos a dois dias dos óscares com uma análise dos nove filmes nomeados na categoria de melhor filme e que passo a enumerar por ordem de preferência - os melhores:
Sobre este já escrevi aqui, pelo que analiso por remissão.
Em resumo, grande filme e maior realização de Affleck. Tenso, consistente e envolvente como poucos, Argo é, para mim, o melhor dos nomeados e o que deveria e deverá levar a estatueta de melhor do ano.
Tarantino nunca falha e Django não é exceção.
Original e definitivamente com a marca QT apresenta um argumento delicioso e performances de topo com destaque para Waltz num registo muito próximo de IB mas não menor por isso. Miscast só mesmo uma insípida e indiferente Kerry Washinghton claramente a destoar dos demais. Não obstante, é bom, muito bom!
Este é provavelmente o filme que mais me marcou este ano e que marcará indelevelmente a minha memória cinematográfica.
Com um realismo mágico tocante e uma performance notável e inesquecível da jovem Wallis - que num mundo ideal venceria na categoria de melhor atriz por ser, indiscutivelmente para mim, a melhor do ano [cinco anos quando fez a audição para o filme e seis quando o rodou] - BOTSW é a primeira obra de um jovem realizador [de apenas trinta anos] que aprendeu - e bem - a lição de Mallick.
Ao longo de 93m somos envolvidos pela impactante voz de Wallis que nos conta a sua odisseia com uma dignidade e singularidade desarmantes.
Em suma, a surpresa de 2012 num cinema de autor que felizmente ainda persiste.
A experiência visual do ano e com um 3D como já não via desde Avatar e que fez renascer em mim a esperança nesta técnica depois de inúmeros exemplos falhados.
Poético por vezes mas acima de tudo muito bem filmado, LOP é definitivamente um desafio aos sentidos e uma viagem pela pintura filmada pela mão engenhosa e sensível de Lee.
Gostei, e muito.
...e os outros:
Talvez por as expetativas serem elevadas, talvez por não me identificar - por enquanto... - com a temática, talvez por ser tão doloroso e ausente do amor lamechas... ou talvez por nada disto, Amour não me encheu definitivamente as medidas ao ponto de me emocionar e me deixar envolver.
É bom? sim. Voltarei a ver? Nos próximos tempos não...talvez quando for mais velho o veja, por enquanto ainda não.
Outro cujas expetativas também eram elevadas e que também me desiludiu: pela média de 95/100 no metacritic, por ter sido na altura um defensor do The Hurt Locker (THL) e da sua realizadora e por ser um admirador de Chastain.
Onde THL marcava pontos - ou seja na vertente nevrálgica da coisa - ZDT falha, resultando num filme morno, em velocidade de cruzeiro e ao qual faltam oscilações.
E até Chastain já teve resultados bem mais conseguidos - The Tree of Life ou The Help, apenas para citar dois exemplos.
Não obstante é um filme bom. Simplesmente não tão bom como esperava.
(ex-aequo)
Como resumir SLP? Como uma comédia engraçada, bem interpretada e escrita e que se vê bem, tout court.
Simplesmente a este darei uma nova oportunidade no futuro pois, ou muito me engano ou é daqueles filmes que depende de sobremaneira do estado de espírito de quem o vê e que, aquando o primeiro visionamento não ajudou. O futuro dirá se tem ou não fundamento a minha perceção.
Chato, chato, chato e feito para americano ver.
Não gostei mas reconheço o mérito ao nível do elenco e da vertente técnica.
O pior filme dos nomeados e no qual apenas gostei da performance de Hathaway [que no entanto dura apenas 15 minutos...] e da vertente técnica.
Não gostei do Russell Crow (doloroso de ver/ouvir), não gostei das músicas, não gostei...de praticamente nada. Tal como Lincoln...chato, chato, chato.
E agora? Agora é esperar por domingo onde espero que Argo saia vitorioso, pelo menos na categoria principal.
Sem comentários:
Enviar um comentário