Oito anos passados Aronofski da-nos algo diferente, menos visual que os seus filmes anteriores ["Requiem" e "The Fountain", um filme esquecível de 2006] mas que, por vezes, consegue atingir parte da intensidade de "Requiem"; não comparável, bem sei, mas digno de registo não obstante.
Opta por uma realização invisivel e deixada às mãos dos personagens - o que não deixa de ser notável, mas não tão empolgante.
Os Actores e os Personagens - Aqui temos Rourke-being-Rourke num papel feito à sua medida pois, tal como Randy "The Ram" Robinson, também Rourke praticou, não wrestling como no filme, mas Boxe durante largos anos, o que levou à quase destruição da sua cara e à necessidade de inúmeras plásticas mal sucedidas...
o resultado da-lhe a melhor representaçao da sua carreira e uma das mais aplaudidas no último ano cinematográfico, vencendo o Globo de Ouro e o Bafta de Melhor Actor por este filme.
É inegável que está bem e que consegue incutir simpatia e carisma ao personagem, - do qual acabamos inevitavelmente por gostar - no entanto, tem ainda muito de provar enquanto actor para que consigamos esquecer os repetidos desastres cinematograficos que foi fazendo ao longo da sua já extensa carreira [excepçao feita a "Angel Heart", "Sin City" e até "Nove Semanas e Meia"]. O Óscar seria precipitado e foi mais justamente parar às mãos de Sean Penn.
Como co-protagonista de Rourke surge a oscarizada [com "O meu Primo Vinny"] Marisa Tomei - também ela nomeada para os Óscares com este filme na categoria de Secundária.
Aqui, volta a fazer o que dela esperamos: que brilhe!
Tentou ser o "Touro Enraivecido" do Século XXI mas não conseguiu porque, tal como Aronofski não é Scorsese, também Rourke não é, definitivamente, De Niro.
"The Wrestler" ***