"Let´s move to Paris..."

Frase dita por Winslet a DiCaprio a dada altura e que encerra em si parte da alma deste filme.

A alma de todos aqueles cujos sonhos se não realizaram mas que que ainda deles não desistiram; que, insatisfeitos com a vida que têm, almejam a mudança que, eventualmente os tornará mais felizes e consequentemente mais realizados...

"Revolutionary Road" é um filme amargamente arrebatador sobre sonhos, desilusões, esperança, resignação, desespero e que não nos sai da memória facilmente porque intenso e cruamente genuíno.

E é, não apenas o Melhor Filme do ano como, e sobretudo, um dos melhores filmes das últimas décadas!
Nele tudo é perfeito: a realização subtil de Mendes, o complexo argumento baseado numa história de Yates e que nos traz à memória o génio de Tenesse Williams, a direcção artística, a fotografia...enfim poderia enunciar todas as componentes da perfeição - que é disso que se fala.

Termino por falar das representações da dupla principal.
Ambos os actores conseguem as melhores representações das respectivas carreiras e Winslet da-nos uma das melhores interpretações de sempre e que ficará certamente para os anais do cinema!

Precisam de mais argumentos?

"Revolutionary Road" (*****)

Sessão 2/1001: "O Padrinho" (4.5/5.0)

Ontem realizou-se a 2ª sessão "1001 Filmes" e o eleito foi "O Padrinho" de FFC.

Foi bom revê-lo e constatar um facto inolvidável: é de facto Muito Bom e tem um peso constante de "Grande Filme".
A começar pela BSO [uma das melhores da História do Cinema], passando pelas interpretações memoráveis de Brando e Pacino e chegando à realização portentosa de Coppolla.
Enfim, tudo o que o tornou num dos melhores filmes de todos os tempos e que obteve a classificação entre os presentes de 4.5/5.0.

O Deserto "simpático" de Allen: alguém se lembra da genialidade de outrora?

Idos são os tempos em que me deleitava plenamente com os filmes de Allen e que os mesmos me proporcionavam momentos de puro prazer cinematográfico.
À memória vêm-me pérolas como "A Rosa Púrpura do Cairo", "Balas Sobre a Broadway", "Ana e suas Irmãs", "Annie Hall"...poderia enumerar exaustivamente vários das décadas de 70, 80 e 1ª metade de 90.

De há 10 anos até à actualidade iniciou-se a Travessia do Deserto de Allen [excepção feita a "Match Point", superior à média dos últimos mas ainda longe do estatuto de obra-prima]
Deu-nos filmes simpáticos mas já sem a referida genialidade de outrora.

"Vicky Cristina Barcelona" cumpre o que actualmente se espera de Allen: que faça um filme simpático e nada mais.

E se então os seus personagens tinham "tiques" próprios que nos permitia imediatamente identificá-los como fazendo parte do seu universo, já nem disso se pode falar agora.
É certo que Penelope Cruz está óptima [e justamente nomeada para o óscar de melhor actriz secundária] e que Rebecca Hall é uma alegre revelação, agora... Scarlett Johansson como "loira intelectual" é que já é de mais!

Será pedir de mais que mude de Musa ou será a esquizofrenia dos seus 72 anos que lhe turva a capacidade de discernimento do que vale e do que não vale a pena?
Scarlet Johansson, como já devem ter percebido, é para mim das piores actrizes da actualidade; pelo que, n-ã-o vale a pena!
Long Live Kate Winslet! Long Live Cate Blanchett!

"Vicky Cristina Barcelona" (***)

Pitchfork e os Buraka

É sempre bom quando um disco português tem eco lá fora e não é pelas piores razões...

Não bastava estarem presentes em algumas listas [inglesas] de "melhores do ano" [2008] como agora chega o elogio da página "Pitchfork" que, para quem não sabe, é uma das mais conceituadas no ramo musical e, diga-se em abono da verdade, também das mais "forretas" no que a classificações respeita.

Pois é, "Black Diamond" dos BSS obteve 7.9 em 10.00 e a critica acaba simplesmente assim:
"...even if you don't have the language skills to get their full story, Buraka Som Sistema are worth your time: Black Diamond is one of the fiercest dance records in recent memory."

Palavras para quê?

http://www.pitchforkmedia.com/article/record_review/148238-buraka-som-sistema-black-diamond

Os SAG, a Winslet e os Prémios

Contrariamente aos Óscares, onde todos os nomeados votam em todas as categorias, nos SAG [Screen Actor Guild] os actores votam nos seus pares e elegem quem, em seu entender, teve a melhor interpretação do ano.

Este ano os vencedores foram: Actor - Sean Penn ("Milk"); Actriz - Meryl Streep ("Doubt"); Actor Secundário - Heath Ledger ("Dark Knight"); Actriz Secundária - Kate Winslet ("The Reader"); Elenco - "Slumdog Millionaire".

Não deixa de ser curioso que Winslet tenha vencido com a mesma interpretação que lhe granjeou a 6ª nomeação para os Óscares deste ano mas... na categoria de Melhor Actriz!

Pergunto: serão os critérios assim tão diferentes que o justifiquem, total violaçao daqueles ou simplesmente erro estratégico da Produtora?

Independentemente da resposta apenas espero - veementemente - que este seja o ANO WINSLET!

Oito Amigos, uma paixão comum, um longo caminho a percorrer...

Sessão 1/1001 - "The Philadelphia Story" (3.5/5.0)

Há cerca de 2 semanas sugeri a um grupo de amigos que escolhessemos semanalmente um dos "1001 filmes" constantes no Livro "1001 Filmes para ver [antes de morrer]" e que nos reuníssemos em minha casa com esse pretexto para ver e comentar o "eleito".

A 1ª escolha coube-me a mim e optei por aquela que era para mim uma das melhores comédias de todos os tempos... "The Phildelphia Story" [que em português foi baptizado com a inteligente tradução "Casamento Escandaloso"...] do grande George Cukor e com os grandes Cary Grant e James Stewart e a Grandiosa Katherine Hepburn.

Gostei de reve-lo e da mestria das interpretações e engenho do argumento, no entanto, não me "preencheu" como o fizera outrora quando o vi nos idos 80´s em casa das manas Faim em Mira - também elas acérrimas apreciadoras do género clássico.

Na altura lembro-me que rimos ou sorrimos durante praticamente toda a sua duração; agora, tal apenas sucedeu esporadicamente... não sei se por sermos 8 pessoas a vê-lo - o que o transformou num verdadeiro Home-Blockbuster - se por entretanto já ter visto vários filmes com uma temática semelhante...

Seja como for, valeu a pena não apenas pelo filme em si enquanto objecto cinematográfico [que obteve a classificação média de 3.5/5.0] como, e especialmente, por ter proporcionado [e passar a proporcionar] um serão entre amigos unidos não apenas pela amizade mas também pela paixão pelo Cinema!

Sei que soa lamechas mas por vezes sabe bem dizê-lo! :)

"The Phildelphia Story" (média de 3.5/5.0)

Ps. Obrigado ZEP. O teu Blog continua a ser uma fonte de inspiração.

Ontem vi...

"Frost/Nixon" (***)

Nomeado para 5 Óscares da Academia, a saber: filme, realizador, actor principal, argumento e montagem.

Reconheço que tinha algumas reticencias quanto a este filme não só pelo simples facto de se centrar unicamente numa tematica que a mim não me diz muito, como também por ser conduzido por um dos realizadores mais sobrevalorizados de sempre [Ron Howard] e que nos deu um dos piores filmes [também] de sempre!
Alguém se lembra dessa verdadeira pérola cinematográfica que dava pelo nome de "Uma mente Brilhante"???

Eis quando sou surpeendido por um filme bem realizado, de argumento interessante e com uma interpretação portentosa de Frank Langella [nomeado para o Óscar de Melhor Actor] e que justificou plenamente as duas horas dispendidadas com a sua visão.

A ver, enquanto esperamos pelo "Filme do Ano"...